O Barrense


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Gol do Bahia

A cerveja estupidamente gelada, o amendoim salgado posicionado estrategicamente e na TV um jogo do campeonato brasileiro prestes a começar, provavelmente de qualidade técnica duvidosa. Era mais uma quinta-feira rotineira na vida da família Simas.

De um lado do sofá, Seu Geraldo Simas, torcedor ferrenho do tricolor gaúcho; no meio, sua filha mais nova, que herdara a paixão pelo Grêmio desde pequena; E na outra ponta do sofá, o genro, igualmente gremista. Enquanto a bola não rola, ali são destiladas teses sobre a vacina da COVID-19, ou qual a lorota mais recente do excelentíssimo presidente da república. A vida em quarentena nunca foi tão monótona, mas a volta do futebol guardava pequenos lapsos de emoção a flor da pele. Bastava o soar do apito para que corações batessem em disparada.

-Hoje buscamos os três pontos e começamos nossa reação, Tito – emendou o sogro, assim que a bola rolou.

-Que assim seja, Seu Geraldo. A zona de rebaixamento é um atoleiro, quanto mais ficamos por lá, mais difícil fica de sair… – rebateu o genro, agoniado com o décimo sexto lugar do seu Grêmio.

-Se for pra começar assunto de rebaixamento, vou deixar os dois sozinhos – rebateu a filha de Seu Geraldo – poucas vezes sofri tanto na vida quanto aquela batalha dos aflitos…

O silêncio se apossou da sala. Ser rebaixado pela terceira vez era algo impensável, ainda que um temor sempre presente. O futebol brasileiro imita o país em que está alojado. Ou seja, sofre de administrações tresloucadas e investimentos dúbios, o tricolor dos pampas não foge à regra. O caso ISL, uma parceria que prometia render muitos títulos, levou o time direto para a segunda divisão.

-Rebaixamento não faz mais parte do dicionário gremista, minha filha! O Grêmio só precisa encaixar. Futebol é igual relacionamento, vive de altos e baixos. O segredo é não se desesperar quanto a fase é ruim. E não se empolgar demais quando tudo é um mar de rosas – disse Seu Geraldo, despejando em palavras todos seus anos de vigência.

Quando de repente… Gol do Bahia.

-Assim não dá! Nessa toada vamos parar na segunda divisão – esbravejou Seu Geraldo, o mesmo homem que há instantes serenamente tinha formulado uma tese sobre a má fase tricolor e de que tudo aquilo iria passar.

Mais uma quinta-feira normal na casa da família Simas.


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E se

Se eu colocasse Chico pra tocar na sala e te puxasse pra dançar, você me acharia louco?

Se nosso primeiro encontro fosse num filme preto e branco, você diria que estou indo rápido demais? 

Se eu declamasse um poema de Vinicius de Moraes pra ti, você me acharia brega? 

Se eu te escrevesse uma carta, você me daria teu endereço pra entrega? 

Se eu te contasse que acredito em amor a primeira vista, você acreditaria? 

É por todos esses “se”, que eu guardo tudo aqui e não te pergunto nada, por medo que você não me entenda. 

Até porque amar parece que saiu de moda, coisa que ficou no século passado, tipo fita cassete. 

Foi só com o tempo aprendi que não me encaixo nessa geração, que pula de cama em cama, de paixão em paixão. Não me satisfaz molhar apenas os calcanhares numa relação, quero mergulhar de corpo e alma. Quebrar a cara e recomeçar. 

E se…


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O troco certo

Após se tornar empresário você vê o mundo com outros olhos. Atento a tudo que acontece ao seu redor, observando e absorvendo o tanto que outras empresas têm a oferecer. Tudo pode ser adaptado e replicado. É uma conta simples de difícil aplicação no mundo real. E ultimamente tenho reparado num pequeno deslize: o troco. Por vezes são centavos que não fariam a mínima diferença frente a possibilidade de perder um cliente, ou vários. O marketing boca-a-boca se faz presente no interior, onde notícia boa anda rápido e notícia ruim voa. E não há nada pior para uma empresa do que ser rotulada de caloteira, uma mancha que dificilmente será removida. É batata: o empreendimento acaba perdendo seu maior patrimônio, o cliente.

Aqui explico um caso que aconteceu comigo: consumi doze reais e dez centavos num estabelecimento. No momento de pagar a pessoa do caixa perguntou se eu não tinha os famigerados dez centavos. Disse que não, há algum tempo perdi o hábito de carregar moedas, pois as guardo num cofrinho ou uso de troco na minha empresa. Após minha negativa e para minha surpresa, a pessoa arredondou o valor para TREZE reais. Não questionei e achei de uma avareza imensa. Ela não sabe, mas no momento em que ganhou noventa centavos em cima de mim, acabou perdendo um cliente. E como se não fosse possível, a situação piora: quem estava no caixa era uma das proprietárias. Essa é outra vantagem de morar no interior, o contato direto com o proprietário.

O que aprendi com essa experiência? Como cliente achei um desaforo, não pelo valor em questão, mas pela atitude mesquinha (antes tivesse me dado a diferença do troco em balas). Como empresário uma valiosa lição: tenho certeza que ao ganhar alguns tostões ela não ficará mais rica, pelo contrário, se isso for artimanha recorrente, é muito provável que em breve o estabelecimento vá pelo ralo por simples ganância.

Aqui no sul há um ditado: o olho do dono que engorda o gado. Ou seja, a empresa não irá prosperar nas mãos de funcionários. Da a entender que o empreendedor precisa atuar em todas as frentes da empresa. Nem sempre, nem sempre, as vezes o olho grande do dono acaba prejudicando e fazendo com que a boiada vá pastar em outra freguesia.


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Isso não é amor

Você pode negar até o fim, mas sempre soube que estava perto do fim. A gente sabe quando tudo está desmoronando. É um mecanismo de auto defesa, uma chance de não nos machucarmos ainda mais. Infelizmente não damos ouvidos e preferimos nos agarrar as pequenos boas lembranças. Que a bem da verdade nem foram tão boas assim. E são nelas que moram a esperança de tudo mudar. De erros não serem repetidos, de atitudes diferentes e reciprocidade de tudo que oferecemos aquela pessoa.

Por mais que desejamos, água mole em pedra dura tanto bate, bate, bate, bate e nada acontece. Pessoas não mudam só porque é nosso desejo. Dificilmente se transformam, elas simplesmente são, e temos que aceitar. Seguir em frente. Não desperdice seu tempo e não se culpe tanto por não ter feito A ou B, você fez até demais. E se essa pessoa não deu valor, paciência. É do jogo.

A paixão cega e faz com que o coração fale mais alto. E por mais que o amor seja o sentimento que norteie nossas vidas, em certos momentos é preciso ouvir a voz da razão e recuar. Esfregue bem os olhos e veja para onde isso que você chama de “amor” te levou. Chega de achar que aquele alguém te ama. É simples: ou ama ou não ama. Não existe meio termo para o amor. E pare de criar justificativas para insistir do tipo: “Ele só não sabe”, ah sabe. Se houvesse amor você seria prioridade e quem é prioridade na vida de outra pessoa sabe, ah se sabe.

Então não vá longe demais numa relação por nutrir sentimentos que não são correspondidos. Não se doe tanto assim a quem não faz por merecer. Coloque um ponto final nessa história para que outra possa começar. E tenha paciência, geralmente o amor encontra os desavisados. E quando ele chegar você saberá. É diferente de tudo que viveu até aqui. Não tem como confundir.


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Eu e você

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Ei, vem cá.

Não pude deixar de reparar em ti assim que meus olhos pousaram nos teus lábios. Que logo me presentearam com um lindo sorriso. Me desculpe a franqueza, mas se ainda não te disseram,  coisa que duvido, saiba que és dona de um sorriso único, desses de final de arco íris. Mas isso você deve escutar a cada esquina.

Não sei qual tua fé e quais tuas crenças, mas eu acredito que todo encontro é obra do destino. Nada é por acaso. Acredito que ele une pessoas e momentos oportunos para iniciar grandes historias. E não é papinho barato de conquistador não, é só a sinceridade de um romântico à moda antiga. Que ainda acreditar no amor.

E vai que eu tenha razão? Quem sabe essa fórmula matemática eu + você não possa se tornar em nós e sermos felizes juntos nessa vida? Pode ser, a gente só vai saber tentando. Arriscando. Porque viver é mordiscar e arriscar um cadinho.

Então me deixa ser o motivo desse teu sorriso de canto lindo que eu acabei de conhecer e já quero passar o resto dos meus dias ao lado dele. O que você acha? Eu recém te conheci, mas se você me der uma chance, só uma, prometo que retorno a ligação amanhã, ou ainda melhor, te acordo domingo de manhã com um beijo.

Ainda é cedo pra tudo isso, mas você já pensou na possibilidade de dar certo? De finalmente encontrar AQUELA pessoa, dessas que bagunçam nossa vida e fazem com que vivamos um romance digno da novela das nove. Que num piscar de olhos ja não nos imaginamos sem ela ao nosso lado? Aquela pessoa para dividir um pote de pipoca e uma conta na Netflix.

O desenrolar dessa historia só depende de você, porque se dependesse de mim já teria roteiro escrito e começaria a ser gravada assim que você dissesse sim.


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De tanto errar um dia se acerta

O tempo passa na velocidade de um piscar de olhos. E parece que desacelera quando já estamos bem velhinhos e curiosamente nos restando pouco tempo. É a mão do destino querendo nos dar um recado: de olhar para trás e recapitular nossa jornada até aqui.

Tá, eu sei que tá ficando clichê e você pode achar que seja papinho meu, ou que toda essa lenga-lenga renderia um roteiro para algum filme de Hollywood. Bem, a vida quase se repete diariamente. Quase. Os detalhes por vezes passam desapercebidos por nós. É feito um livro, o título pode ser parecido, muito mesmo, mas o conteúdo sempre é diferente. Uma história entre duas pessoas é única e dificilmente se repetirá. O ponto em que elas convergem é justamente a super-bonder que gruda duas pessoas inexplicavelmente: o amor. A partir daí tudo pode acontecer e geralmente acontece. Ou você nunca ouviu da tua amiga casos de amor mirabolantes? Daqueles sem pé nem cabeça? Que você cansa de aconselhar ela, mas de que adianta, ela segue insistindo. E no amor é assim. Aprendemos errando, ralando o joelho e o coração. Infelizmente é da pior maneira possível. Mas é como dizem por aí: é errando que se aprende. E de tanto errar um dia se acerta.

O amor chega para todos e nós tivemos sorte de estar na mesma sintonia, do vento soprar para a mesma direção, da lua ser favorável e estarmos dispostos a amar. Era pra acontecer. E de lá pra cá eu revejo nossa história com brilho nos olhos e já consigo imaginar nossos filhos correndo num quintal de cercas brancas. Um casal que puxou aos teus lindos olhos. Eles brincam com nosso Golden Retriver enquanto nós estamos na varanda, tu deitada no meu colo e ambos em silêncio. Há momentos em que palavras não precisam ser ditas. A paz do silêncio diz mais, muito mais. É como se um filme estivesse passando por nossa cabeça, desde o início, passando pelos perrengues até chegar no presente instante que tanto sonhamos e lutamos para conquistar… o filme é interrompido quando de repente tu te levanta e sai correndo. Esquecemos a carne no forno e por pouco não colocamos fogo na casa. Olhamos um para o outro e caímos na gargalhada. Jantar fora? Jantar fora!

A vida não é aquele conto de fadas que venderam para nós, é melhor. Muito melhor!


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Vêm, pula

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Me responde uma pergunta? Tu não cansas de ficar carregando essa mala, que mais parece uma âncora, repleta de retalhos do teu passado? Mágoa, desilusão e dor; três sentimentos que crescem pelo medo que tu tens de seguir em frente, de enfrentar os fantasmas do teu passado e começar a viver isso que, atualmente, tu chamas de vida.

Eu juro, de pé junto que eu voltaria no tempo e impediria que ele – esse que partiu teu coração em pedacinhos – entrasse na tua vida. Sinto lhe informar que esta possibilidade é remota, para não dizer nula. Então que tu achas de mergulhar no presente? Existe um oceano inteirinho à tua espera, e posso te garantir que há peixes, muitos peixes que esperam apenas uma oportunidade para te conhecer e fazer com que essa mala fique exatamente onde devia estar: no passado.

Sei que tu estas insegura e deve estar pensando: “vou não vou? Vou não vou?”. Acertei? Quer saber o por quê? Já estive do lado que tu te encontras. É angustiante a possibilidade de nos entregarmos a alguém e terminar reprisando aquele passado doloroso. Quer saber porque pulei? Me dei conta que a dor faria morada em meu peito caso eu não pulasse. Seria minha companhia por sabe-se lá quanto tempo. Se tu não pulares, jamais descobrirá o que te espera, do contrário, já sabes quem te aguarda.

Agora vêm! Mergulha de cabeça na vida. Mergulha, nem que seja tampando o nariz. Mergulha e deixa os julgamentos alheios sobre ti na areia. Mergulha com um sorriso debochado estampado no rosto. Mergulha e nem liga pro quanto de água que tu vai esparramar. Mergulha e reviva as borboletas que, um dia, voaram em teu estômago. Mergulha e prove do gosto doce que é VIVER, porque salgado mesmo é se prender ao que te causa dor. Mergulha sem pudor, deixa teu coração pulsar, com direito a paradinha feito escola de samba e tudo.

Vai! Mergulha sem medo de se afogar.


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Seja o motivo do sorriso de alguém

Num dia qualquer desses você a viu sorrir e sentiu saudade de ser pouso daquele sorriso. Por mais que o tempo passe, certas coisas ainda vivem em nós. Vê-la feliz mexeu forte contigo, né?! E não é para menos, quando ela sorri o mundo retribui. É como se o tempo parasse só pra admirar. É coisa rara, são poucas as pessoas que causam na gente esse turbilhão de sentimentos. E não foi da noite para o dia que ela se recuperou e estampou um sorriso no rosto. Demorou, mais do que ela pensou, mais do que ela merecia, mas a ferida que você causou enfim sarou. Deixou cicatriz, pra ficar eternizada, que é pra lembrar o quanto você a magoou e não repetir a dose. Ela aprendeu e hoje reconhece o que é amor.

Até hoje eu não te entendo, juro! Você a tinha nos braços. Você a tinha por inteiro. Ela abriu as portas do coração, arrumou um cantinho e você traiu a confiança dela. Pôs tudo a perder por não reconhecer o amor da tua vida. Cara, você era o motivo do sorriso dela, tens noção disso? Poucas coisas na vida são mais prazerosas do que isso. Ser único e especial para uma pessoa. 

Se é tarde para voltar? Muito! Ela encontrou alguém para preencher o vazio que você deixou. Desencana! O sorriso que você viu dias atrás já tem endereço. Ela encontrou morada em outros braços, outro coração. Encontrou reciprocidade, o que você jamais foi capaz de dar. Que valoriza tudo que um dia você desdenhou. Ele é pra ela tudo que você não foi. Até ouvi dizer que eles estão planejando o casamento, sabe essa coisa de amar e respeitar? Pois é… Eles perceberam que não importa com quem você fica sexta à noite, e sim o domingo inteiro.

Bateu saudade? Apanhe! E não interfira na felicidade deles. Vá em busca da sua. Vê se aprende logo para não errar com a próxima. Porque amor não se encontra em qualquer esquina. É tão difícil quanto achar um trevo de quatro folhas. É coisa do destino que envolve sorte e mais um bocado de coisas que fogem do nosso controle. Então quando encontrar, se é que encontrará, não pense duas vezes: se entregue e ame. Seja para essa pessoa tudo que você deseja para si. Seja o motivo do sorriso de alguém.


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O amor não tem receita

E se eu te disser que o amor não tem formula pronta? E se eu te disser que a metade da sua laranja não existe? Que ele pode ser uma maçã inteirinha? E se… Ao invés de seguir falando eu te mostrar?

Você não prestou atenção em nada do que eu disse, não é?! Larga de mão esse papel e caneta, o que for “a” pra mim pode ser “b” pra ti. Aproveita e larga esse medo também. Historias não se repetem feito filme reprisado ano após ano na sessão da tarde. Aprende que teu passado deve ficar exatamente onde ele está: no passado. Uma ultima coisinha: levanta do sofá e tira esse pijama; a única pessoa que virá na tua casa será o vendedor de enciclopédia.

Você gosta de terra firme? Sugiro pegar um punhado e colocar no bolso, pois o amor é um precipício: quando você acha que esta voando, talvez já esteja caindo.

Quer saber o segredo? Não importa quantas vezes você cair, tenha certeza que cairá, o que realmente importa é tua capacidade de levantar. De sacudir a poeira e pular novamente, sem ter certeza se esta amarrado a uma bigorna ou num balão.

Por acaso você já provou dum bolo de caneca? Desses que após três minutos no micro-ondas estão prontos? A praticidade é incrível, mas quando estamos tratando de relações, não queira estar numa ao estilo “bolo de caneca”. Basicamente ele acelera o processo natural das coisas, o imediatismo que lhe é característico atropela etapas substanciais do relacionamento. No fim, a instantaneidade do amor numa relação bolo de caneca se torna uma obra resumida, sem profundidade alguma, com sabor artificial e com prazo de validade.

Agora que você esta livre do que te prendia, que sabe o que – não – lhe aguarda, te desejo tudo de bom: um amor de verdade, uma cerveja de tarde, merthiolate que não arde.


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A mulher capricorniana

O coração dela é tão gelado quanto qualquer outro após tantas desilusões. A diferença é que ele não derrete por qualquer elogio com segundas intenções. É preciso mais para conquista-la. O normal não se aplica a ela. Aquelas cantadas manjadas passam longe de balança-la emocionalmente. E não precisou de muitas experiências negativas, ela aprende, e rápido. Aprendeu que sofrer dói e não quer repetir a dose. É simples e lógico.

Um “eu te amo” da boca pra fora tem tanto valor pra ela quanto uma nota de três reais. Engana-lá se tornou tão difícil quanto andar de salto agulha completamente embriagada numa rua de paralelepípedo à noite. A mulher capricorniana é dotada de uma capacidade unica e aguçada de sentir que entrará numa roubada. É quase como um déjà vu. Antevendo que aquele carinha com covinhas lindas ao sorrir irá magoa-la profundamente.

É o sexto sentido dela entrando em ação. Não tem muita explicação, ela apenas sente. Algo que brota no âmago dela. Um alerta que a informa das reais intenções daquele ser barbudo que está tentando passar o papo nela. Que não mede palavras e atitudes para impressiona-la. Por vezes ela se deixa levar para ver no que vai dar. Até onde eles são capazes de chegar, (geralmente eles se perdem). E no fim, após tanta baboseira, aquela coisa dentro dela, aquela sensação estranha, o alerta de perigo, tinha total razão: era outro babaca.

Você precisa saber que ela é pós graduada nessa coisa sem nome de sentir. Todas mulheres o tem, mas na capricorniana esse “trem” é potencializado . Aperfeiçoado. Suspeito que para todo malandro do mundo existe uma mulher (capricorniana) que entende de malandragem. E por entender essa e tantas outras questões relacionadas ao amor, elas são tachadas de frias. Ouvi até falar que carregam um iceberg do lado esquerdo do peito. Nada disso.

É mais descomplicado do que imaginamos. Conquista-lá não é para qualquer um. É preciso ser sincero, ou em trinta minutos de conversa ela já decifra suas intenções. É preciso ter paciência, pois compreende-la requer tempo (mas vale cada segundo). É preciso fazer diferente para não se tornar apenas mais um, outro que passou pela vida dela. E aqui eliminamos muitos e muitos pretendentes. Logo, poucos terão o prazer de conhecê-la por completo. Poucos passarão da pagina dois, deste maravilhoso e complexo livro. E feliz daquele que sabe a delícia que é amar e ser amado por uma mulher capricorniana.