O Barrense


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Tesouro de Itapuã II

Itapuã, que hoje é um Parque, localiza-se a 57 Km de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. É neste local que encontramos preservados as últimas amostras dos ecossistemas desta região.

Há uma lenda, muito conhecida pelos porto-alegrenses, que conta que lá pelo séc. XVII, um navio pirata inglês que cruzava o Atlântico Sul, aproximou-se da costa brasileira com o intuito de saquear as povoações costeiras e abordar as grandes caravelas que aqui chegavam.

A tripulação do navio-pirata era muito cruel e não abstinha-se apenas ao roubo, mas também matavam e incendiavam os pequenos vilarejos, caso não lhe entregassem tudo que fosse de valor.

Foi deste modo que o capitão-pirata acumulou um grande tesouro a bordo, que despertou a cobiça entre seus marinheiros. Sendo um homem inteligente, pressentiu que se não tomasse sérias providências, um motim seria formado e ele acabaria sendo assassinado. Avistando então, a sua frente a Barra do Rio Grande de São Pedro, entrou na Lagoa dos Patos e junto à Ponta de Itapuã, lançou âncoras. Chamou a tripulação e avisou-os que daria um grande banquete para comemorar toda a riqueza arrecadada. Em combinação com seu imediato, envenenou o rum que foi servido na festa, matando todos os outros piratas.

O capitão e seu imediato, um negro jamaicano, trouxeram então, para a margem, as arcas dos tesouros. Subiram para os altos de Itapuã e começaram a cavar para enterrar a preciosa carga. Mas, o negro, que para bobo não servia, já sabia que acabaria, mais cedo ou mais tarde, tendo igual fim que seus companheiros, resolveu muniu-se de uma pistola.

Quando o jamaicano entrou no buraco para acomodar as arcas, o Capitão de posse de uma pá, bateu-a violentamente na cabeça do imediato. Esse, mais morto do que vivo, ainda conseguiu pegar sua arma e deu um tiro mortal no Capitão, que caiu sobre as arcas. O negro ainda levou três dias agonizando para dar o último suspiro.

Assim, os dois piratas mortos, foram enterrados pelo tempo, que cobriu de terra, com a ajuda do vento, o tal buraco. Mas, desde então, este local é assombrado pelos espíritos dos dois piratas. Só quando um cristão descobrir e desenterrar o tesouro é que hão de cessar de aparecer e de penar.

Quem já passou perto do enterro, garante que pode-se ouvir a agonia das almas penadas.

Muitas são as lendas que nos falam de tesouros enterrados que são guardados por almas que morreram sem deixar notícia do lugar onde os esconderam. As luzes azuladas, que são observadas à noite nos campos e em torno de povoações, que volteiam e afinal se desvanecem, não são senão almas penadas. E, se alguém construir uma habitação em um local como esse, essa casa, com certeza, será mal-assombrada.

“O Parque Estadual de Itapuã foi criado em 1973 e fechado 18 anos depois, sendo reaberto apenas em abril de 2002. A área de 5,5 mil hectares, onde está localizado o parque foi palco de combates durante a Revolução Farroupilha. Na tentativa de impedir a passagem de navios imperiais vindos do Rio de Janeiro, os farrapos construíram fortes nos morros chamados de Itapuã e de Fortaleza. Em 1836, 32 soldados farrapos morreram no Morro da Fortaleza, vítimas de um ataque imperial. Duas embarcações farroupilhas também estão afundas perto da Praia das Pombas.”

FONTE:Gaudério OnLine


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As lendas de tesouros de Itapuã

Texto original do site Pousada dos Quiosques

Itapuã, que hoje é um Parque, localiza-se a 57 Km de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. É neste local que encontramos preservados as últimas amostras dos ecossistemas desta região. Abaixo algumas lendas.

“O Parque Estadual de Itapuã foi criado em 1973 e fechado 18 anos depois, sendo reaberto apenas em abril de 2002. A área de 5,5 mil hectares, onde está localizado o parque foi palco de combates durante a Revolução Farroupilha. Na tentativa de impedir a passagem de navios imperiais vindos do Rio de Janeiro, os farrapos construíram fortes nos morros chamados de Itapuã e de Fortaleza. Em 1836, 32 soldados farrapos morreram no Morro da Fortaleza, vítimas de um ataque imperial. Duas embarcações farroupilhas também estão afundas perto da Praia das Pombas.”

1 – A lenda do tesouro dos padres

Consta que há muitos anos, não saberia dizer ao certo quantos, ao se fazer uma reforma na Igreja de Viamão, os pedreiros encontraram, ao derrubar uma parede, uma garrafa de vinho, muito estranha, contendo em seu interior um pergaminho de couro, com inscrições em latim. Não sabendo decifrá-las, entregaram-nas ao padre que deu logo sumiço no dito pergaminho. Consta que este pergaminho foi levado para um dos museus aqui do RS. Depois de traduzido, descobriu-se que ele continha os roteiros em forma de enigmas, de 80 tesouros guardados, que teriam sido enterrados aqui no sul. Alguns na Zona das Missões, outros nas redondezas de Porto Alegre, e uns 30, mais ou menos, no interior e cercanias do Parque Estadual de Itapuã. Existem cerca de oitenta tentativas de tradução deste pergaminho. Como antigamente esta região era frequentada por padres Jesuítas Espanhóis e Portugueses, acredita-se que esta história tenha um fundo de verdade. Ainda mais, se formos analisar alguns dos roteiros traduzidos deste pergaminho, como os que se seguem abaixo, falando das praias e dos morros desta região. Tesouro da Praia do Sítio; na primeira Praia de Itapuã, ao sul da praia, encontra-se o rastro de um cachorro. Seguindo a unha do dedo grande, em frente está uma pedra. Fica com a coroa na cabeça, com as mãos na algibeira, ao redor de si tem 12 caixas enterradas e na sua frente afunda-se um martelo. Decifre o Tesouro do morro mais alto do Parque Estadual de Itapuã: Morro da Grota;a leste do Monte de Covas Fundas encontram-se três pilões de boca para baixo. O ponto mais alto, uma pedra de 1 metro quadrado, cheia de moedas de ouro dentro, tapada com nozes.-Tesouro da Ilha do Junco;o tesouro das cinco pontas, está na ilha do meio. Seguindo a margem do rio, está o primeiro sinal da Pedra da Mira, que indica adiante, onde está o guardado.Tesouro da Ilha das Pombas; na ilha encontra-se um fogo, cheio de moedas de ouro dentro.Tesouro da praia do Araçá; Passando a terceira ponta de Morro, a meia praia, encontra-se uma pedra que faz frente aos fundos da Santa Cruz. Medindo 25 passos colocamos ouro para 10 mil centos.Além desses consta também nos roteiros em forma de enigma, tesouros no Morro da Formiga e redondezas. Outra lenda sobre tesouros fala em três cavernas que se localizariam dentro do Parque de Itapuã, que contém o seguinte: Primeira Caverna: Ouro em barras cilíndricas maciças em forma de cano banhadas com chumbo, que eram trazidas no convés dos navios sem despertar interesse dos piratas da época. Tem uma caverna cheia delas e mais jóias e moedas. Esse ouro e jóias seriam destinados à construção da primeira capital aqui do sul. Segunda Caverna: Conteria utensílios de cozinha. Porcelanas de várias nacionalidades e que serviriam a casa do Imperador. Terceira Caverna: Conteria armamento da época. Armas brancas, de fogo e muita munição. Uma espécie de depósito ou paiol de munição e armamento. Consta que para melhor proteger o material que se encontra nas cavernas, por ocasião de sua retirada as pressas da região, tivera que detonar a boca (entrada) delas. Tem também na região, em muitos lugares, vestígios de tesouros arrancados. Buracos enormes com pedaços de talha de barro e outros tantos de tentativas frustradas. Tentativas através de sonhos.

2- A lenda do tesouro dos piratas ingleses

Conta-se que lá pelo séc. XVII, um navio pirata inglês que cruzava o Atlântico Sul, aproximou-se da costa brasileira com o intuito de saquear as povoações costeiras e abordar as grandes caravelas que aqui chegavam, de portugueses e espanhóis. A tripulação do navio-pirata era muito cruel e não abstinha-se apenas ao roubo, mas também matavam e incendiavam os pequenos vilarejos, caso não lhe entregassem tudo que fosse de valor. Foi deste modo que o capitão-pirata acumulou um grande tesouro a bordo, que despertou a cobiça entre seus marinheiros. Sendo um homem inteligente, teve um forte pressentimento: Se não tomasse sérias providências, um motim seria formado e ele acabaria sendo assassinado. Avistando então, a sua frente a Barra do Rio Grande de São Pedro, entrou na Lagoa dos Patos e junto à Ponta de Itapuã, lançou âncoras. Chamou a tripulação e avisou a todos que daria um grande banquete para comemorar toda a riqueza arrecadada. Em combinação com seu imediato, envenenou o rum que foi servido na festa, matando todos os outros piratas. O capitão e seu imediato, um negro jamaicano, trouxeram então, para a margem, as arcas dos tesouros. Subiram para os altos de Itapuã e começaram a cavar para enterrar a preciosa carga. Mas, o negro, que para bobo não servia, já sabia que acabaria, mais cedo ou mais tarde, tendo igual fim que seus companheiros, resolveu muniu-se de uma pistola. Quando o jamaicano entrou no buraco para acomodar as arcas, o Capitão de posse de uma pá, batendo-a violentamente na cabeça do imediato. Esse, mesmo moribundo, ainda conseguiu pegar sua arma e deu um tiro mortal no Capitão, que caiu sobre as arcas. O negro ainda levou três dias agonizando para dar o último suspiro. Assim, os dois piratas mortos, foram enterrados pelo tempo, que cobriu de terra, com a ajuda do vento, o tal buraco. Mas, desde então, este local é assombrado pelos espíritos dos dois piratas. Só quando um cristão descobrir e desenterrar o tesouro é que hão de cessar de aparecer e de penar. Quem já passou perto do enterro, garante que pode-se ouvir a agonia das almas penadas. E assim, são muitas são as lendas que nos falam de tesouros enterrados que são guardados por almas que morreram sem deixar notícia do lugar onde os esconderam. As luzes azuladas, que são observadas à noite nos campos e em torno de povoações, que volteiam e afinal se desvanecem, não são senão almas penadas. E, se alguém construir uma habitação num destes locais, essa casa, com certeza, será compartilhada com as almas que vagam pelos matos e praias atrás de seus tesouros.

3- A Lenda do Tesouro Guardado pelas Almas da Lagoa

Diz a lenda que logo depois da chegada dos portugueses ao Brasil uma nobre de Coimbra, cansada do casamento infeliz e do marido resolveu fugir para as novas terras, onde não pudesse ser encontrada. Primeiro, buscou e estudou mapas, informou- se dos navios que chegariam ao Porto, e nesta noite, embebedou e amarrou o marido, cortou seus cabelos, vestiu-se de homem. Desceu então ao calabouço do castelo, libertando todos os prisioneiros e convidou-os para fugir para o novo mundo. Os homens aceitaram na hora. No porto, tomaram um navio, e ela passou a comandar como um capitão. A viagem foi difícil, mas ela manteve pulso forte, e todos respeitavam seu comando. Passaram por terra firme, mas resolveram ir além, já que mais ao sul os espanhóis estabeleciam suas fortificações e guerreavam com Portugal. Desta forma não seriam reconhecidos. Venceram a linha que separava as terras portuguesas e espanholas, entraram na lagoa, que julgaram ser outro mar. Mas ela, durante a viagem, apaixonou-se por um dos marinheiros, e não conseguia mais esconder. Revelou-lhe então a verdade, e eles se amaram. Quando os marinheiros desconfiaram dos dois, invadiram os aposentos do capitão e descobriram a verdade. Os amantes, acossados, entregaram todas as joias e o ouro que ela trouxera. Os marinheiros festejaram, mas resolveram enforcar o casal. Como estavam próximos da margem, ela suplicou uma última refeição, e sugeriu que alguns marinheiros fossem à terra e trouxessem alguma caça, que ela mesma faria um lauto jantar. Com a fome passada durante a viagem, de pronto a tripulação aceitou. Trouxeram caça farta, que ela preparou caprichosamente. Como previra, os marinheiros, ao ver a comida, disseram-lhe rindo que não atenderiam seu último pedido. Ela e o amado morreriam pela manhã, com fome. A mulher resignou-se. Todos, menos os dois, comeram fartamente. E pouco depois, começaram a contorcer-se de dores terríveis, causados pelo veneno que ela trouxera, por precaução, junto com as joias. Quando amanheceu, todos menos o casal já estavam mortos. Eles então atiraram seus corpos na lagoa, em frente a um estuário onde cinco rios se encontram. Atracaram, e antes de desembarcar puseram fogo no navio. Enquanto o fogo consumia a nau, ela rogou, às águas, que aquelas almas ficassem presas na lagoa até que o ouro e as joias tivessem alguma serventia e que eles se arrependessem de sua maldade e ambição. Depois desceram, levando o tesouro. Foram recebidos com certa desconfiança pelos índios que lá viviam, mas depois foram aceitos. Tiveram muitos filhos, que casaram com as índias e índios do lugar. Já velhinhos, resolveram enterrar ouro e joias ao pé de uma figueira, oito palmos abaixo do chão. Contaram o segredo aos filhos, e gravaram com fogo num couro de capivara o local exato. Os descendentes, acostumados com a vida simples que levavam junto aos índios, não entendiam a utilidade do tesouro. Mesmo assim, a história foi passada para seus filhos e netos e bisnetos, até que o velho couro serviu de agasalho para um deles, e o tesouro transformou-se em lenda. O que sobrou de tudo foi o lamento das almas que pode ser ouvido na beira da lagoa, em noites de inverno quando sopra o vento do sul. São as almas indicando o local exato, quando alguém se aproxima da figueira onde até hoje o tesouro está enterrado.

Divindades Guaranis, e as Yaras:

1 – Teju Jagua, deus ou espírito das cavernas e frutas

2 – Mboi Tu’i, deus dos cursos de água e criaturas aquáticas

3 – Moñai, deus dos campos abertos. Ele foi derrotado pelo sacrifício de Porâsý

4 – Yacy Yateré, deus da sesta, nunca aparece como monstro.

5 – Kurupi, deus da sexualidade e fertilidade

6 – Ao Ao, deus dos montes e montanhas

7 – Luison, deus da morte e tudo relacionado a ela

8 – Angatupri, espírito ou personificação do bem, oposto a Tau

9 – Pytajovái, deus da guerra.

10 – Pombero, um espírito popular de travessuras.

11 – Abaangui, um deus creditado com a criação da lua; pode figurar somente como uma adaptação de tribos guaranis remotas.

12 – Jurupari, um deus de adoração limitada aos homens, em geral apenas para tribos isoladas nas matas nunca pisadas pelo branco invasor.

13 –Y-îara, deusa protetora das águas

Iara ou Uiara (do tupi ‘y-îara senhora das águas). Para os guaranis, pode assumir a forma de moça, sereia ou planta. De pele morena, olhos e cabelos negros e costuma banhar-se nos rios, de onde observa a terra. Quando resolve cantar, somente as crianças e aqueles que conhecem os mistérios das águas conseguem ouvir. Yara habita e defende de rios, cachoeiras e lagoas. Para os Guaranis, o rio representa a fonte de sobrevivência. Por isto, é a guardiã bondosa e se materializa nas plantas e flores aquáticas que alimentam os peixes. Mas se necessário, para proteger seu elemento, as Yaras transformam seu poderoso canto, tornando-o capaz de enfeitiçar e enlouquecer homens e mulheres até que eles mergulhem nas águas, procurando ouvir novamente seu canto para nunca mais retornar. As crianças perdidas pelas margens de rios e lagoas são levadas por ela ao fundo das águas, e lá aprendem os segredos da magia. Quando, na puberdade, são devolvidos à terra, tornam-se xamãs, cuidando da tribo, dos animais, plantas e águas. As ondas são a conversa das Yaras com o vento, e podem conduzir ou naufragar as embarcações. Elas também podem pedir ao vento que traga nuvens e provoque tempestades.


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A maior tragédia de nossas vidas, por Fabrício Carpinejar

Por Fabrício Carpinejar.

Morri em Santa Maria hoje. Quem não morreu? Morri na Rua dos Andradas, 1925. Numa ladeira encrespada de fumaça.

A fumaça nunca foi tão negra no Rio Grande do Sul. Nunca uma nuvem foi tão nefasta.

Nem as tempestades mais mórbidas e elétricas desejam sua companhia. Seguirá sozinha, avulsa, página arrancada de um mapa.

A fumaça corrompeu o céu para sempre. O azul é cinza, anoitecemos em 27 de janeiro de 2013.

As chamas se acalmaram às 5h30, mas a morte nunca mais será controlada.

Morri porque tenho uma filha adolescente que demora a voltar para casa.

Morri porque já entrei em uma boate pensando como sairia dali em caso de incêndio.

Morri porque prefiro ficar perto do palco para ouvir melhor a banda.

Morri porque já confundi a porta de banheiro com a de emergência.

Morri porque jamais o fogo pede desculpas quando passa.

Morri porque já fui de algum jeito todos que morreram.

Morri sufocado de excesso de morte; como acordar de novo?

O prédio não aterrissou da manhã, como um avião desgovernado na pista.

A saída era uma só e o medo vinha de todos os lados.

Os adolescentes não vão acordar na hora do almoço. Não vão se lembrar de nada. Ou entender como se distanciaram de repente do futuro.

Mais de duzentos e cinquenta jovens sem o último beijo da mãe, do pai, dos irmãos.

Os telefones ainda tocam no peito das vítimas estendidas no Ginásio Municipal.

As famílias ainda procuram suas crianças. As crianças universitárias estão eternamente no silencioso.

Ninguém tem coragem de atender e avisar o que aconteceu.

As palavras perderam o sentido.

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