O Barrense

Rocha Lunar II

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Primeiro Capítulo: https://obarrense.wordpress.com/2013/11/20/rocha-lunar-i/

– Mas então… É…
– Rocha Lunar!
– Isso. Suponho que você tem superpoderes, certo?
– Se meus cálculos estiverem corretos, sim.
– Prove!
– Provar? Por qual motivo?
– Não acredito em você, pedregulho Lunar.

“Pedregulho? Ele foi longe demais”. Lunar cerra os olhos em direção ao garoto. Sua cartilha é especifica: utilize suas habilidades apenas em casos especiais. “Pensando bem, este é um deles”.

– Afaste-se!
– Estou bem aqui.
– Depois não diga que não avisei…

Lunar saltou. Mas não fora um salto qualquer. O impulso abriu uma cratera no solo. O garoto impulsionado para trás, caindo sentado, protegendo seus olhos da poeira resultante do salto.

“Onde ele esta?”, pensou.

– Aqui em cima, garoto.
– Uau… – disse o garoto, pasmo.

Quando ele buscou o céu com seus olhos avistou Rocha Lunar tocando as nuvens. Alto demais para qualquer humano. Tão longe quanto os olhos podem avistar. De fato, possuía superpoderes.

Aterrissou pesadamente. Abrindo outra cratera no solo. Encarando o garoto astutamente.

– Tem mais.

O garoto arregalou os olhos. Embasbacado. “Mais?”

Rocha Lunar se aproxima de uma montanha de feno e desfere um potente soco. A montanha é reduzida a pó. Há feno por todo lado. Lunar se volta a Jack realizado.

[entediado, o garoto cruza os braços e não aparenta estar surpreendido]

– …
– O que foi, garoto? Não gostou?
– Já vi cavalos acabarem com o feno mais rápido…

Lunar sequer responde. As insinuações do garoto estavam extrapolando o limite do ponderável. E, para acabar de vez com qualquer suspeita, Lunar salta em direção a uma torre de caixas e soqueia elas com força sobre-humana, golpes tão rápidos que Jack na conseguia acompanhar. Ferraduras voavam por todos os lados.

O garoto está boquiaberto. Lunar se volta a ele, realizado.

– Então?

“Super pulo e força descomunal, o que mais ele tem na manga?”, pensa o garoto.

Enquanto o garoto matutava, uma espécie de ciclone de poeira formava-se ao seu redor. Cerrou os olhos e avistou que algo se movia extremamente vertiginoso a sua volta. Não restavam duvidas. Lunar também dominava a super velocidade.

“Santa poeira lunar, minhas habilidades foram potencializadas devido a gravidade terrestre. Meus cálculos estavam corretos, mas igualmente me surpreendi”.


Em algum lugar no deserto…

– Major, o relatório dos destroços!
– Poupe-me dos detalhes. Vá direto ao ponto.
– Sim, senhor! Os indícios apontam que o individuo abordo ejetou antes da espaçonave colidir com o solo.
– Então quer dizer…
– Que o alienígena esta vivo e livre.
– Estamos sob ameaça e vulneráveis. Pistas do paradeiro do forasteiro?
– Nenhuma. Mas acredito que o senhor gostaria de saber disso, a fuselagem da espaçonave indica resíduos lunares.
– Lua? Fomos os primeiros a visita-la e posso lhe garantir que não há vida lá, é inóspita, soldado.
– Até que se prove o contrario…
– Ouvi alguma coisa?
-… A equipe alfa esta analisando o material a fim de encontrar respostas…
– Algo mais?
– Aparentemente havia um computador de bordo.
– Qual sua condição?
– Danificado. Estamos consertando e esperamos obter informações.

Suspira…

– Soldado, iniciar buscas.
– Por onde, Major?
– …
– Major…
– Pois não?
– O senhor esta bem?
– Sim! Estava apenas imaginando por onde começar. E…
– E?
– Recrute as tropas da reserva.
– Não levantaremos suspeita?
– Suspeita, soldado? Tenha santa paciência. Ha um alienígena perambulando em nossa nação e sabe-se lá quais suas intenções e você preocupado em sermos indiscretos…
– Perdão, Major. Mas achei…
– A reserva, agora. Dispensado, soldado.
– Sim, senhor!

O soldado retirou-se. O Major intrigado. No exercito não havia lições de como combater alienígenas.


Enquanto isso no celeiro…

– Lunar, eu, eu…
– Desculpado, garoto.
– Você também lê pensamentos?
– Não! Apenas sua expressão facial.
– He-he. Mas, Lunar, porque a Terra?
– Fui designado para esta borda da galáxia. Este peculiar e pálido ponto azul no Universo. Questão política…
– Política?
– Não tenho muita influencia, portanto não posso me dar ao luxo de escolher.
– Semelhante a Terra. E algum motivo especial em ser designado pra cá?
– Digamos que sim.
– Devo me preocupar?
– Enquanto eu estiver aqui não haverá com o que se preocupar.
– Herói e convencido?
– Realista.
– Sei… Mas então, ha mais de vocês?
– Claro!
– E o que vocês fazem?
– Mantemos a galáxia “limpa” de mau feitores.
– Espécie de guardiões?
– Quase. Capitães.
– Hum, Capitães. Então Capitão Lunar, preciso de sua ajuda, problema?
– Não. Diga.
– É… Recolher as ferraduras que você espalhou pelo campo.
– Humpf. [bufando]
– Dizem que elas dão sorte.
– Ah, sim, Claro.

“Ferraduras, malditas ferraduras”.

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