O Barrense

Mini Mundo: Despedidas

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Seguindo a cronologia de crônicas destinada a expectativas encerro este capítulo com saldo positivo.

O primeiro Capítulo: Epifania https://obarrense.wordpress.com/2013/10/09/epifania/

Segundo: Sonhos não sonhados https://obarrense.wordpress.com/2013/11/01/mini-mundo-sonhos-nao-sonhados/

Parece que foi ontem em que iniciei meu estagio em saúde. O tempo realmente voa, pois terminei meu estagio com indivíduos portadores de necessidades especiais hoje, quinta-feira (28). Faltam-me palavras para explicar o quão mágica foram estes seis meses em que fui professor. Alias, acho que fui mais aluno do que professor.

E como qualquer outro estagio, este também chega ao fim. E tenho de lidar com a despedida.

Despeço-me hoje para reencontra-los amanhã. A experiência que vivi foi única e singular. Seis meses de ensino e aprendizagem. O “eu” de hoje com certeza não é o mesmo do “eu” de antes. Admiro o mundo com outros olhos, sob novas perspectivas.

Não sei lidar com a partida. Despedida me dói na alma. Arranca um pedaço de mim sem dó nem piedade. O ar foge dos pulmões. Um vazio preenche tudo.

Não deveríamos ser capazes de nos apegarmos com tamanha intensidade se temos que nos despedir depois. Os laços podem permanecer. Mas é mais do que isso. Bem mais. É o querer tocar, abraçar, olhar. Sorrir ao ver o sorriso.

O tempo passa. O adeus é inevitável. Inadiável. Tenho a sensação que este estagio serviu para despertar sentimentos maravilhosos em mim quando tudo parecia perdido. Ajudaram-me a encontrar o eixo. E agora tenho que trilhar sozinho.

Sei que vou vê-los ainda. Sei também que neguei até o último minuto que iam embora. Mas agora tenho que aceitar de verdade.

As lembranças são nosso elo mais forte. Eu nunca vou esquecer os sorrisos, as palavras e o acolhimento daqueles dias.

Escrevo isso como forma de tentar expulsar de mim um pouco da agonia que sinto no momento. De deixar as lágrimas correrem sozinhas. E saber que hoje nos despediremos é muito difícil para mim.

Sei que sou melodramático e tudo isso foi escrito de forma meio que definitiva. Não é isso. Até porque eu acredito que eles voltem. Mas se voltarem, eu tive que lidar com a partida. Eu não sei lidar. Sou egoísta e quero que fiquem comigo para sempre. Mas também quero que sejam felizes.

Vocês estarão comigo, como sempre estiveram. No lugar mais precioso que eu puder guarda-los. E conquistem o mundo. Suas vitórias serão minhas também. A minha torcida é toda para vocês. E quando nos reencontrarmos tudo será como sempre foi. Só peço que sejam felizes. Muito felizes. Seja aonde for.

O futuro está sempre mais próximo do presente que o passado.
Todo fim é um novo começo.

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