O Barrense


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Porque a China tornou-se o calvário norte-americano?

O presidente dos EUA, Barack Obama, e seu desafiante republicano Mitt Romney fizeram um debate agressivo nesta terça-feira (16) em Hempstead, no estado de Nova York.

Durante o debate, algumas questões trouxeram a tona o atual momento econômico americano e sua devida consequência. A pedra no sapato do Tio Sam trata-se da China.
Os EUA são a principal potência mundial desde o final da 1a Guerra Mundial. Vários desafiantes surgiram ao longo do tempo: a URSS nas décadas de 50 a 70, o Japão na década de 80, a Zona do Euro na primeira década deste século. Um por um, se perderam nas brumas do tempo. Agora, a China. Será desta vez diferente?

Debates passaram a ser verdadeiras lutas.

A resposta é clara e evidente. Depende. Se a Maria fumaça americana continuar no mesmo “tom” não tenho duvidas que o trem bala Chinês atropele, sem dó nem piedade, a locomotiva norte-americana.
As atuais medidas, paliativas, de Obama, não colocaram os EUA nos eixos. Bem verdade que freou a crise, mas a recuperação é a passos de tartaruga. Entre 1950 e 1990, o crescimento do PIB privado nos dois anos depois de uma recessão era de 5% a 6%, em média. Nas ultimas três recuperações econômicas, a média foi de apenas 2,5%.

O calcanhar de Aquiles americano é, sem sombra de duvidas, sua economia, tipicamente capitalista, com ênfase no incontrolável consumo. Porém, a crise reformulou os EUA. A economia consumista com, antes, luminosos lucros, acabou se ofuscando, consequentemente o nível de desempregados aumentou, hoje, bate na casa dos 8%.
Alta taxa de desemprego foi tema cansativo no debate, em suma, preocupação dos jovens. As acentuadas taxas de desemprego na terra do Tio Sam têm diversos nomes, entre eles, nosso Brasil, acompanhando de China e Índia. Tornou-se impraticável competir com estes países em franco desenvolvimento. A mão de obra barata e qualificada derrubou de uma vez só as indústrias americanas.

Segundo o matemático e economista Jon Moynithan o ocidente estagnou.

“Os empregos fugiram para países em desenvolvimento, e não vão voltar. Não adianta os governos prometerem, porque esses empregos não voltarão”.

Um fato, não raro, é a migração de empresas, americanas, consolidadas, para outros países com fins puramente lucrativos. Utilizamos um comparativo entre os anos 50 e atual momento. A maior empresa em 1955, a General Motors. Ela tinha lucros de US$ 105 bilhões, em valores atualizados. A GM contava com quase 500 mil funcionários nos Estados Unidos e 75 mil no exterior. Hoje, a empresa de maior valor de mercado no mundo é a Apple, com receita de US$ 108 bilhões. Ela tem 50 mil funcionários empregados nos Estados Unidos e 710 mil empregados no exterior. É uma mudança considerável.

Porque os empregos sumiram? Simples questão de competição internacional entre países. Tornar-se competitivo e atrativo.

A tese de Jon Moynihan:

“Os salários no ocidente se tornaram altos demais, por tempo demais. Desde o fim da segunda guerra mundial, os salários só aumentaram. As pessoas consideraram que altas continuas fossem normais e automáticas. Quando países em desenvolvimento começaram a entrar no jogo econômico, a perceber o que fazer para se tornar mais capitalistas, tudo mudou.”

Na ultima década, a disparidade de salários no mundo foi exorbitante. Na ultima década, nos países em desenvolvidos, 500 milhões de pessoas passaram a ganhar US$ 135 por dia. Nas áreas urbanas dos países em desenvolvimento, há, 1,1 bilhão de pessoas com salários de ate US$ 13 ao dia. Nas áreas rurais, há 1,3 bilhão de pessoas ganhando ate US$ 2 por dia.
A disparidade fez com que países em desenvolvimento pudessem empregar os mais pobres por salários menores e sugar os empregos dos países desenvolvidos.

Há de se ressaltas os métodos utilizados por alguns países em desenvolvimento para capturar estes empregos. A condição de trabalho dos chineses muitas vezes não atende às condições mínimas de trabalho (carga horária, salário, condições de trabalho etc.), em vários casos esses fatores ferem e violam os direitos humanos.

Criamos um monstro?

O surgimento da China como potência econômica mundial está entre os mais dramáticos acontecimentos econômicos das últimas décadas. O impacto disso na economia dos Estados Unidos e de sua região sudeste, tanto em termos de importações quanto de exportações, causou transformações na política econômica e nas práticas comerciais regionais e nacionais. As medidas adotadas por legisladores, empresas e consumidores serão, provavelmente, influenciadas pelo emergente poder econômico da China. 

De 1980 a 2004 o produto interno bruto (PIB) da China registrou uma média de crescimento real de 9,5%, tornando-a a sexta maior economia mundial. Porém, em 2004 o PIB per capita (a proporção entre o PIB e a população) da China era de US$ 1.100,00 de acordo com o Banco Mundial, o que fez com que o país constasse da lista de “países com renda média baixa”, empatado com o Paraguai e abaixo de países como Albânia (US$ 1.740,00) e Guatemala (US$ 1.910,00). A China ainda continua mais pobre do que muitos de seus vizinhos, incluindo a Coréia do Sul (US$ 12.020,00) e Singapura (US$ 21.230,00).

A China tornou-se um centro produtor regional e de industrialização para reexportação, ou exportação de produtos anteriormente importados. As importações para a China passaram a vir, cada vez mais, de outros países asiáticos ao mesmo tempo em que um aumento correspondente nas exportações fluía para nações desenvolvidas, especialmente para os Estados Unidos e países da Europa. Entre 1990 e 2000 as exportações cresceram, em geral, quase 300%, enquanto as importações, 318%. Nesse mesmo período, as exportações da China somente para os Estados Unidos cresceram 880%, e as exportações dos Estados Unidos para China, quase 230%.

No debate a casa branca ficou evidente o descontentamento de Barack Obama e Mitt Romney criticaram com veemência as manobras cinhesas para angariar indústrias.
Dentre as propostas:
– Romey criticou a China, a quem acusou de manipular a moeda para obter vantagens comerciais.

– Obama disse que pretende mudar aspectos da lei que permitem que as empresas terceirizem a produção na China.

– Romney citou “dar duro em cima da China” como uma de suas cinco abordagens à geração de empregos.

Obama impôs sanções comerciais ao país, embora, sensatamente, tenha evitado um confronto potencialmente desastroso em torno do valor da moeda chinesa. Romney afirmou que buscará novas formas de garantir a segurança energética dos EUA, além de elevar o comércio com a China e com a América Latina.

A relação entre Obama e China ficou estremecida ao presidente vetar um investimento comercial na área de energia alternativa. Os Estados Unidos proibiram a construção de milhares de turbinas eólicas pela companhia Ralls Corp, que havia comprado quatro grandes terrenos no estado de Oregon no começo do ano e pretendia começar a instalação das usinas já no final de 2012.

Campanha publicitaria da Benetton realiza selinho entre líder do governo chinês, Hu Jintao e Barack Obama através de fotomontagem.

“Eu não aceito o segundo lugar para os Estados Unidos da América.”

Bem, Barack Obama pode não estar disposto a “aceitar”, mas isso não quer dizer que isso não está acontecendo.

Os números que você vai ler abaixo são estarrecedores. Está ficando realmente difícil negar que os chineses estão limpando o chão economicamente. Na verdade, eles estão a bater nos Estados Unidos tão mal que é difícil de colocar em palavras.

A seguir estão 25 fatos que provam que a China está rapidamente se tornando o número um superpotência econômica no globo ….

N º 1 Em 1998, os Estados Unidos tinham 25 por cento do mercado mundial de exportação de alta tecnologia e China tinha apenas 10 por cento. Dez anos depois, os Estados Unidos tinham menos de 15 por cento e participação da China subiu para 20 por cento.

# 2 Os Estados Unidos tinham sido o principal consumidor de energia no mundo para cerca de 100 anos, mas no verão passado a China assumiu o primeiro lugar.

º 3 Nobel economista Robert W. Fogel, da Universidade de Chicago está projetando que a economia chinesa será três vezes maior do que a economia dos EUA até o ano 2040 se a tendência atual continuar.

º 4 Entre 2000 e 2009, o déficit comercial dos EUA com a China dispararam quase 300 por cento.

# 5 Ao longo dos últimos 15 anos, a China passou de 14 º lugar para o 2 º lugar no mundo em artigos científicos publicados.

IPhones # 6 da Apple são fabricados na China por trabalhadores que fazem cerca de 293 dólares por mês (e que foi depois de um grande aumento).

N º 7 Em 2009, os Estados Unidos ficaram em último dos 40 países examinados pela Tecnologia da Informação e Inovação Fundação quando ele veio para “mudar” em “competitividade baseada na inovação global” ao longo dos últimos dez anos.

N º 8 De acordo com um estudo recente, a China poderia se tornar o líder mundial de pedidos de patentes no próximo ano.

º 9 Hoje, a China controla mais de 90 por cento da oferta total global de elementos de terras raras.

# 10 De acordo com um estudo preocupante novo pelo Instituto de Política Econômica, se o déficit comercial com a China continua a aumentar a sua taxa atual, a economia dos EUA vai perder mais de meio milhão de empregos só este ano.

º 11 A China é hoje o maior produtor do mundo de energia eólica e solar.

# 12 Os Estados Unidos perderam um escalonamento de 32 por cento dos postos de trabalho de fabricação desde o ano de 2000.

º 13 da Rússia e da China anunciaram que decidiram parar de usar o dólar dos EUA e, em vez começar a usar suas próprias moedas nacionais ao negociar com o outro.

º 14 China agora possui o supercomputador mais rápido em todo o globo.

# 15 Em 2008, 1,2 bilhões de celulares foram vendidos em todo o mundo. Assim como muitos dos celulares foram fabricados dentro dos Estados Unidos? Zero.

# 16 Hoje, os Estados Unidos gastam cerca de 3,90 dólares em produtos chineses para cada US $ 1 que a China gasta em mercadorias dos Estados Unidos.

# 17 Agora, perto de metade de todos os alunos de pós-graduação de ciências matriculados em faculdades e universidades nos Estados Unidos são estrangeiros.

º 18 A China tem agora o trem mais rápido do mundo e da rede o maior do mundo ferroviário de alta velocidade.

º 19 emprego industrial no setor de informática dos EUA é na verdade menor em 2010 do que era em 1975.

º 20 A China é hoje o número um fornecedor de componentes que são fundamentais para o funcionamento dos sistemas de defesa dos EUA.

N º 21 Ao longo das últimas décadas, a China tem sido capaz de acumular cerca de US $ 2,5 trilhões em reservas de moeda estrangeira, e agora o governo dos EUA deve-lhes cerca de 900 bilhões de dólares.

º 22, desde 2001, mais de 42.000 fábricas americanas fecharam para sempre.

# 23 Em 1985, o déficit comercial dos EUA com a China foi de 6 milhões de dólares para o ano inteiro. No mês de agosto sozinho, o déficit comercial dos EUA com a China foi mais de 28 bilhões de dólares.

º 24 Segundo o autor Clyde Prestowitz, número um da China de exportação para os EUA é equipamento informático.

º 25, em 2010, o número um de exportação dos EUA para a China é “sucata e lixo”.

Então, à luz de todas essas estatísticas, há alguém por aí que ainda nega que os Estados Unidos está em grave perigo de ser superada pela China?

Infelizmente, os Estados Unidos não pode sequer segurar o “número dois” ponto por muito tempo. Na verdade, a economia da Índia está agora projetada para tornar-se maior do que a economia dos EUA no ano de 2050.

Era uma vez, a América era a maior potência econômica dominante no mundo por uma margem que não foi ainda vale a pena falar que estava em segundo lugar.

A solução dos candidatos é tornar os Estados Unidos novamente competitivos em nível internacional com manufaturas e comercio nacional. Confesso que será tarefa árdua. Um novo nicho empresarial e comercial terá de surgir, pois, competir com oriente é um lindo devaneio. Os insaciáveis países emergentes estão sugando nichos existentes.

A solução de Obama é criar empregos industriais. Sendo assim, reavivando a veia industrial do país. Porém, não abandona a ideia de criar programas paternalistas ao povo americano de classe baixa. Perante crises, retirar investimento de infraestrutura, educação e pesquisas cientifica de ponta, para investir em políticas de bem-estar-social que nada mais são que manobras eleitoreiras para cumprir promessas do passado.
Romney aparenta maior sobriedade perante futuro nebuloso que se tornou economia americana. Ambos desejam o mesmo fim, mas com meios diferentes. Que as decisões tomadas não sejam meramente momentâneas, o famoso “empurrar com a barriga”. As crises decorrem de atitudes irracionais, levadas por instinto.

Fonte: http://endoftheamericandream.com/archives/china-1-united-states-2-25-facts-that-prove-the-transition-is-really-happening

O crescimento econômico da China

http://www.diarioliberdade.org/mundo/direitos-nacionais-e-imperialismo/32090-eua-%C3%A0-beira-do-fascismo-sob-uma-fachada-de-liberalismo.html

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/71596-em-politica-externa-obama-e-o-diabo-que-pequim-conhece-mais-e-prefere.shtml

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/10/121016_live_page_debate2_eua.shtml

http://advivo.com.br/blog/adir-tavares/china-x-eua-25-fatos-que-comprovam-a-transicao-que-esta-realmente-acontecendo

Revista Época edição de Setembro.