O Barrense

Onde estão nossas vidraças?

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O país de proporções continentais segue engatinhando. Almejando, em breve, como um salto, finalmente poder se sustentar e dar os primeiros passos. De fato, nossa criança apenas engatinha pelo fato de ter pais superprotetores.
O parágrafo acima é uma relação com o Brasil e incessantes intervenções estatais. Tais atitudes beneficiam grupo seleto de empresários nos condenando a oligopólios e cartéis. Gerando sucateamento da indústria e infraestrutura as moscas. O Brasil vai à contramão da receita básica de crescimento. Falta o fermento. Estamos estagnados, puxamos o freio de mão. É preciso se reinventar.

Tecnologia atrasada, uma afronta à globalização atual. Pergunto-me em qual curva nos perdemos? Nas estradas de Santos?
A “carrasca” Dilma impõe carta magna de empecilhos a provindos do exterior. Empresas com raízes brasileiras crescem, tornam-se soberanas, porém, sem concorrência, se auto induzem a estado de torpor, infame zona de conforto. Sem contar taxa de rendimento no setor, baixo em relação a países do BRIC’S ou desenvolvidos. A indústria brasileira não compensa investimento, pois não há retorno.

Eis que a infraestrutura precária brasileira afugenta qualquer espécie de investimento, quando abrimos nossa casa para “estranhos”.
Após décadas de lapso governamental no ramo estrutural, nossos governantes acordaram do sonho e caem na sombria realidade. Um país com economia “estável” ou atrativa, mas que deixa a desejar em outros aspectos: infraestrutura; carga tributaria; mão de obra desqualificada; intervenções em demasia, o famoso protecionismo. Todos os casos passíveis de solução, porém, carecem de tempo. Não será em estalar de dedos que galgaremos o Everest.

Em tempos que espessas nuvens negras cobriam o país, nossos governantes deram as costas para nossa abençoada geografia. Este país de riquezas naturais aos quatro cantos. Abençoado por longa costa marítima. Diversidade cultural. Entre outros infindáveis quesitos.
Onde estão nossas ferrovias? O pífio transporte marítimo? Ou o transporte aéreo sucateado? O tridente de Hades. Unidos gerando caos na matriz rodoviária.

O “boom” econômico que desfrutamos e, aparentemente, cessou, terá sua volta quando investirmos em qualidade, seja ela mecânica  estrutural ou humana. Colocar os bois na frente da carroça é novamente dar as costas ao país. O povo tupiniquim carece de investimento, sem insanidades.
Nosso microuniverso polarizado deve ser extinto. O abismo entre classes abalroando nosso futuro. Não deveríamos trocar, sequer meias-palavras, com desigualdade social. Esta desigualdade que corrompe o homem, nos torna o lixão do mundo. Já dizia o mestre Ja dizia Jean-Jacques Rousseau: “O homem nasce bom e a sociedade o corrompe”.

A partilha brasileira entre obras voltadas a infraestrutura é polarizada. A matriz rodoviária abocanha grande percentual. Demais nichos colhem migalhas e partilham entre si.
Reparem que sequer mencionei questões vitais para manter o anacrônico sistema em perfeito funcionamento. O tridente de Zeus: Saúde; Segurança; Educação. Pilares de qualquer país desenvolvido ou que busca tal denominação.

Obs: No ramo da educação um adendo. Não estou me referindo à educação voltada ao mercado de trabalho ou vestibular. Arcaico modelo implantado por Getulio Vargas que ainda perduram: SESC, SENAI.
Na atual conjuntura mundial é preciso instigar o aluno. Tornar cidadãos críticos e criativos. Ir alem desta mundana realidade na qual estamos inseridos.

Vinicius de Moraes profetizou o que seria o Brasil.

Era uma casa muito engraçada
Não tinha teto, não tinha nada

Ninguém podia entrar nela, não
Porque na casa não tinha chão

Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede

Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali

Mas era feita com muito esmero
Na rua dos bobos, número zero

Os nacionalistas de plantão com seus âmagos exaltados que me perdoem, mas nossos sucessivos governantes e suas atípicas e arcaicas maneiras de lidar com a democracia nos tornaram o que somos hoje. Manipularam o país como se fosse clube de futebol. Ou seja, priorizando relações partidárias e laços afetivos. Colocando em segundo plano a profissionalização.

O titulo: Onde estão nossas vidraças. Possui nexo? Encaixa-se neste descaso governamental?  Sim! Pelo simples fato de não possuirmos vidraça. Não há janelas. Quiçá paredes para tal. Nossos arquitetos não finalizaram o projeto. Bem verdade que o começamos, mas falta levantar as paredes e colocar um teto sob nossa cabeça. Afinal de contas, em qualquer faceta monetária, a mão natureza é constante, chuvas e trovoes são fenômenos naturais.

O PIB brasileiro, com um terço baseado na carga tributaria, deve fazer jus a seu propósito: voltar em beneficio à sociedade por meio de obras de qualificação seja elas pessoais ou estruturais. O povo tupiniquim clama por qualidade a altura das cobranças no final do mês.

É chegado o momento de projetos se tornaram realidade. O enfoque devem ser questões fundamentais de convivência. Pilares de uma sociedade “autossustentável” – utópico no capitalismo, mas o almejamos – que busca convivência plena de conceitos Edênicos.
Apenas o futuro dirá se estas decisões serão corretas, entretanto, parafraseando Neil Armstrong, este é um pequeno passo para um governo, mas um grande salto para uma nação.

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