Você disse que não quer reprisar o passado. Que decorou as falas desse filme. Que tem medo da nossa relação ser apenas uma refilmagem de tudo que já viveste. Uma versão repaginada do sofrer. Peço que deixe a desconfiança de lado. Acredita na nossa história, essa que sequer começou.
Leia o script. O que achou da personagem? Só consigo pensar em ti pra contracenar comigo, mas com uma condição: não leve a bagagem que tu carregas pro set de filmagem. Esse baú repleto de retalhos do passado. Que te impede de se entregar a personagem. Que te prende ao passado feito âncora. Viver no passado pode acabar estragando o presente. Aceita esse novo papel. Peço que leia o roteiro e considere a proposta. A trama parece boa. Um jovem casal formado por um desses tantos aplicativos que propõem encontros casuais. Caminhos opostos e personalidades conflitantes. Destino incerto e um amor inesgotável entre ambos. Alguns obstáculos pra superar e muitos sonhos a realizar. Clichê?! O final feliz só depende de nós.
Aceita, quero ler teu nome quando os créditos subirem. Quero dividir o camarim contigo. Errar a cena só pra estender o tempo contigo. Quero estar ao teu lado na noite de estréia. Quem sabe receber uma indicação da academia por melhor roteiro original.
Em relação ao teu passado: histórias não se repetem. Mudam-se os protagonistas e coadjuvantes. Cenários e circunstâncias. Cada um carregando seu próprio infinito de possibilidades e aleatoriedades. Então não espere de nós aquele filme desbotado que te fez sofrer. Contracena comigo nessa vida.
outubro 16, 2014 às 4:11 pm
Bravo!!! Lindo, lindo e lindo!
Parabéns, pela sensibilidade em ditar palavras que emocionam!
“Em relação ao teu passado: histórias não se repetem. Mudam-se os protagonistas e coadjuvantes” Grande verdade! 😉
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outubro 20, 2014 às 3:06 pm
Muito, muito obrigado, Cristiane. Fico feliz que tenha gostado 🙂
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outubro 19, 2014 às 7:58 pm
Eduardo, ficou gostinho de quero mais.
Um texto delicioso. ..Para o set diário só a bagagem essencial.
Abraços.
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outubro 20, 2014 às 3:06 pm
Brigadão, Claudiane, mesmo. Fico feliz. Exatamente, só bagagem de mão para sermos surpreendidos diariamente.
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