Quem navega pela Lagoa dos Patos junto à praia de fora já observou existência de um navio naufragado. Era da Marinha Brasileira e pegou fogo no dia 16 de dezembro de 1992. Recentemente imagem desse navio foi divulgada nas redes sociais criando curiosidade em muitas pessoas. Este é mais um dos casos do misterioso Mar de Dentro como é conhecido este trecho da Lagoa dos Patos. Nossa redação pesquisou outros casos já divulgados pela imprensa do estado e da região.Formada pelas águas do Guaíba, a Lagoa dos Patos já foi mar de verdade, há 11 mil anos. A lagoa no trajeto entre Guaíba e Tapes é cenário de muitos fatos inexplicáveis que vão de navios invisíveis aos radares, á bolas de fogo que são vistos pelas tripulações das embarcações aos finais de tarde.
Conhecida pelos pescadores como mar de dentro, a Lagoa dos Patos, nas proximidades de Tapes, também é uma espécie de Triângulo das Bermudas. Na região há pelo menos cinco cascos de navios que também naufragaram. O mais recente é do rebocador Arquiteto, que afundou em 2007. Quinze anos antes, um incêndio iniciado na casa de máquinas levou à perda do navio oceanográfico da Marinha, Almirante Álvaro Alberto, cuja parte da estrutura ainda está á vista próximo a rota de navegação.
NAUFRÁGIOS E CARCAÇAS
Uma das embarcações mais modernas da Marinha brasileira – um navio de pesquisa, bem equipado – saiu de Porto Alegre e atravessava a Lagoa dos Patos rumo ao mar. Foi à última viagem do Álvaro Alberto, um navio oceanográfico que pegou fogo e hoje é um ferro-velho encalhado bem no meio da lagoa. Vinte horas de incêndio consumiram todos os equipamentos. Ninguém saiu ferido. Da embarcação, quase nada restou.
Além do convés, só se vê um par de torres nas águas turvas da lagoa. A Marinha diz que o incêndio teria começado na praça de máquinas e que o fogo não pôde ser controlado. O navio que virou sucata parece estar em mar aberto. A lagoa tem 280 km de comprimento e 60 km de largura. É sete vezes maior do que a cidade de São Paulo.
Na segunda metade da década de 1980, há ainda o registro do naufrágio das embarcações Jaci e Rio Negro – este resultado de um encalhe, segundo a Marinha, além de outra embarcação não identificada no Pontal de Santo Antônio.
AVIÕES E OVNIS
Também houve acidente com um caça da Força Aérea que sumiu na Lagoa. Ocorreu em 28 de julho de 1982. Durante um exercício rotineiro sobre a Lagoa dos Patos, no fim da manhã, o F-5 prefixo 4831, pilotado pelo tenente Edson Macedo, simplesmente desapareceu.
Foram realizadas buscas durante duas semanas numa área da lagoa 70 quilômetros a sudeste de Porto Alegre. Edson e o avião, porém, jamais foram encontrados. A hipótese mais provável para o acidente é que o piloto tenha sofrido algum tipo de desorientação espacial, pode ter descido em vez de subir, e mergulhado de nariz na água.
Houve também casos de OVNIS-Objetos voadores não identificados. O empresário pelotense, Haroldo Westendorff, administrava uma empresa de beneficiamento de arroz, uma transportadora e uma fábrica de rações. Nas horas de folga costumava pilotar o seu próprio avião monomotor Tupi. Foi num desses momentos de lazer que o empresário viveu uma experiência intrigante.Às nove horas, logo depois de tomar o café da manhã, ele decolou do aeroporto de Pelotas para mais um passeio. Às 10h15, quando sobrevoava a ilha de Saragonha, na Lagoa dos Patos, a cerca de 15 quilômetros do aeroporto, Westendorff deparou-se com um imenso objeto aéreo não identificado. Haroldo afirma que o objeto tinha uma base do tamanho de um estádio de futebol, com cerca de 100 metros de diâmetro, e de 50 a 60 metros de altura. Diz ainda que tinha a forma de um cone, com os vértices arredondados.
Por 12 minutos, o empresário permaneceu voando ao redor do OVNI, a uma distância de aproximadamente 100 metros.
Deu três voltas ao redor da nave e pôde observar seus detalhes. Era feita de algo parecido com metal, com a parte inferior lisa e oito vértices, que tinham cada um três saliências, como bolhas. A nave girava em torno de si própria e se deslocava em direção ao mar. Durante o tempo em que a testemunha permaneceu ao redor do OVNI não percebeu nenhum movimento da nave que pudesse indicar uma reação hostil.
De repente, a parte superior do OVNI se abriu, bem na ponta, e dali saiu um disco voador na vertical, que em seguida se inclinou 45 graus e disparou para cima numa velocidade impressionante. Assustado, Haroldo se afastou da nave.
Nesse momento, aquele objeto enorme subiu na vertical, numa velocidade fora do comum, sem fazer vento, sem ruído de explosão e sem nenhuma reação física. O fato, ocorrido na manhã de 5 de outubro, impressiona não só pela riqueza dos detalhes descritos por um piloto com mais de 20 anos de experiência como pelo número e qualificação das testemunhas que asseguram ter avistado a mesma nave.
FANTASMAS E ASSOMBRAÇÕES
Casos de fantasmas que se afogaram e surgem para assombrar pescadores e navegadores também é comum. No dia 3 de maio de 1959, o Diário Popular, de Pelotas, noticiava: “MENINO MORRE AFOGADO NA LAGOA DOS PATOS APÓS CAIR DO BARCO DO PAI.”
“Emanuel dos Santos Luz, 7 anos de idade, caiu no início da noite de ontem do barco do pai, o pescador Davi dos Santos Luz, e ao que tudo indica morreu afogado na Lagoa dos Patos. O corpo ainda não foi encontrado. Testemunhas afirmam que viram o menino pedir socorro por três vezes antes de desaparecer nas águas. Em estado de choque, sempre com as mãos na cabeça, o pai de Emanuel repetia essas palavras: ‘Foi o demo! Foi o demo…’ .”
Anos mais tarde, numa noite fria de julho, uma senhora que morava no vilarejo, de nome Aida, acordou os vizinhos aos berros: “Eu vi o menino! Eu vi o Emanuel!” ela dizia. “Da janela eu vi o menino. Ele acenou pra mim de dentro da Lagoa. E deu risada. Depois desapareceu. Eu tinha fome e nenhuma bolacha que fosse dentro de casa. Foi milagre! Milagre! Eu tinha fome, me virei depois de não ver o menino mais e encontrei pão. Olha aqui, toca, pega um pedaço. come. É pão de verdade!”, a mulher mostrava ao povo. Uns a tomaram por doida.
Outros por santa. Para agradecer ao menino, dona Aida construiu um barquinho de madeira. Depositou nele uma vela acesa e uma rapadura e lançou-o às águas da Lagoa.
O pequeno gesto se transformaria num ritual na vila de pescadores próxima ao trapiche. Em cada dificuldade, os moradores recorriam ao menino com rezas, cantos, doces e luzes. Tudo, desde que não fosse absurdo ou egoísta, era atendido.
Nossos pescadores de Tapes e região também contam uma série de fenômenos sobrenaturais e misteriosos que acontecem na Lagoa. O Mar de Dentro já foi motivo de inúmeras reportagens e livros. O mistério e a magia da grande Lagoa dos Patos permanecem insondáveis.